Com isso apresentamos uma maquete elaborada pelos estagiários do PIBIX/UFS: Alice Maria Queiroz de Melo, Bárbara Letícia, Bleyne Catyelle Castro, Crislayne Fernandes Santos, Edimilsom Lima Passos, Márcio dos Reis Santos, Maíra Santos, Shauane Intainhara Freire Nunes.
Na maquete a temática abordada são as bacias hidrográficas de Sergipe, com alguns marcadores de cidades, pontos elevados como as serras ( serra negra e serra de Itabaiana), barragem de xingó, limites interestadual e litorâneo.
Conteúdos
A principio utilizaremos a maquete para destacar aspectos do período da colonização, da cultura e da cartografia do estado de Sergipe.
Objetivo
Despertar a criatividade na prática do ensino em sala de aula com maquetes prontas, mesmo que esta não apresente especificidade da disciplina, lecionada pelo professor, mas que, disponha de elementos fundamentais para uma interação com outros professores nas análises e discussões das temáticas escolhidas.
Séries envolvidas
Esta atividade pode ser realizadas nos 6º e 7º ano.
Metodologia
1 - Escolha de temas referentes a disciplinas distintas.
Ex. história ( a colonização), geografia ( a cartografia) e cultura (miscigenação, culinária), economia (produção agrícola, agropecuária e o trabalho).
2 - Indicações ou distribuição de textos para leituras complementares, afim de que os alunos estejam aptos a desenvolver as relações interdisciplinares.( vide textos no final da postagem).
3 - Observação e análise pelos alunos e professores da maquete para discutir quais elementos são importantes a serem estudados com maior afinco.
4 - Fotografar a maquete de vários ângulos para se ter a variação de foco. Isso estabelece uma certa "estranheza" de determinados pontos, não quer dizer que a maquete deva ser perfeita; pois ela é apenas uma representação do respectivo espaço. Estas fotografias poderão ser impressas ou digitais; para esta, a criação de um blog é eficiente na divulgação do trabalho.
5 -Produção de texto sobre os temas abordados e exposição em um painel científico. Colocar a disposição dos observadores folha de papel para anotações e uma caixa "urna" para recolhimento das críticas ou sugestões.
AS BACIAS HIDROGRÁFICAS EM SERGIPE
No Estado de Sergipe existem 06 (seis) Bacias Hidrográficas, que são as bacias do rio São Francisco, Vaza Barris, Real, Japaratuba, Sergipe e Piauí. Os rios: São Francisco, Vaza Barris e Real são rios federais por que atravessam mais de um Estado. Enquanto os rios Japaratuba, Sergipe e Piauí são rios Estaduais, pois suas bacias estão dentro do Estado de Sergipe.
Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba
A Bacia Hidrográfica do Rio Japaratuba possui uma área geográfica de 1 734,59km2, equivalentes a 7,65% do território estadual e abrange 20 municípios, onde estão totalmente inseridos terras de três municípios: Carmópolis, Cumbe e General Maynard e parcialmente dezessete municípios: Aquidabã, Barra dos Coqueiros, Capela, Divina Pastora, Feira Nova, Graccho Cardoso, Japoatã, Japaratuba, Maruim, Malhada dos Bois, Muribeca, Nossa Senhora das Dores, Pirambu, Rosário do Catete, Santo Amaro das Brotas, São Francisco e Siriri, localizados na sua maioria na região Vale do Cotinguiba, com uma população urbana com 122.879 habitantes e na área rural com 79.052 habitantes.
A bacia hidrográfica do rio Japaratuba tem sua nascente na Serra da Boa Vista na divisa entre os municípios de Feira Nova e Graccho Cardoso e deságua no Oceano Atlântico, no município de Pirambu. No seu percurso o rio Japaratuba possui planície aluvial muito larga, principalmente nos municípios de Capela e Japaratuba, onde se desenvolve o cultivo da cana-de-açúcar.
A bacia hidrográfica do rio Japaratuba é constituída pelo rio que lhe empresta o nome e tem como principais afluentes: o rio japaratuba mirim, lagartixo, siriri, cancelo e riacho do Prata.
A exploração significativa em termos econômicos para a bacia hidrográfica e especialmente para o estado é o potencial mineral explorado a exemplo do: petróleo, gás natural, sal gema, potássio, calcareo, magnésio, turfa e areia, além da irrigação e expansão da cultura da cana-de-açúcar, também o turismo e lazer, pesca e abastecimento humano e animal. A exploração mineral e a expansão da cana-de-açúcar desperta certa preocupação no que se prende aos fatores de agressão ao meio ambiente, pouca são as ações incrementadas na bacia voltadas para os aspectos de preservação e conservação do ambiente.
Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe
A Bacia Hidrográfica do Rio Sergipe abrange vinte e seis (26) municípios, sendo oito (08) totalmente inseridos: Laranjeiras, Malhador, Moita Bonita, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora do Socorro, Riachuelo, Santa Rosa de Lima, São Miguel do Aleixo e dezoito (18) parcialmente inseridos: Aracaju, Areia Branca, Barra dos Coqueiros, Carira, Divina Pastora, Feira Nova, Frei Paulo, Graccho Cardoso, Itabaiana Itaporanga D’Ajuda, Maruim, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora das Dores, Ribeirópolis, Rosário do Catete, Santo Amaro das Brotas, São Cristóvão, Siriri localizados em regiões diferenciadas – semi-árido agreste e zona costeira.
A população residente no território da bacia hidrográfica compreende 1.010.523 habitantes, equivalendo a 56,6% do total do Estado. A maioria expressiva da população, 86,8%, reside em áreas urbanas, ao passo que 13,2% situam-se na zona rural, fato que comprova o acelerado processo de urbanização em curso na bacia hidrográfica, nas últimas décadas, responsável pelo grande passivo ambiental da região e uma significativa transposição de águas provenientes do Rio São Francisco.
Bacia Hidrográfica do Rio Vaza Barris
O rio Vaza Barris nasce no município de Uauá, no estado da Bahia, numa elevação de aproximadamente 500m. Seu comprimento total é de 3.300Km, dos quais apenas 152 km estão no Estado de Sergipe. A área total da bacia hidrográfica é de 17.000 km2, sua maior parte esta no Estado da Bahia, apenas 15% ou seja 2.559 km2 localiza-se no Estado de Sergipe, cobrindo 11,6% da área do Estado. Apesar de sua significativa área hidrográfica, a descarga na Bahia é intermitente e é apenas no Estado de Sergipe que o Vasa Barris se torna um rio perene.
Os tributários principais em Sergipe são os rios Salgado e Traíras, ambos desaguando no rio Vaza Barris em sua margem esquerda.
Quanto ao abastecimento urbano e grande rural, 97.3 mil m3/dia de água são desenvolvidos dentro da bacia, principalmente pelo Projeto da Barragem do Vaza Barris. Desta fonte hídrica, 20.0 mil m3/dia (21%) de água é fornecida à própria bacia e 77.3 m3/dia (79%) a outras bacias. A água consumida na bacia é 42% proveniente da própria bacia e 58% de outras bacias.
Municípios do Estado de Sergipe inseridos na bacia hidrográfica: Carira, Frei Paulo, Pedra Mole, Pinhão, Areia Branca, Campo do Brito, Itabaiana, Macambira, São Domingos, Simão Dias, Lagarto, . Aracajú, São Cristovão, Itaporanga D’ajuda.
Bacia Hidrográfica do Rio Piauí
A Bacia Hidrográfica do Rio Piauí possui uma área geográfica de 4.150 km², equivalentes a 19% do território estadual e abrange 15 municípios, onde estão totalmente inseridos terras de seis municípios: Salgado, Santa Luzia do Itanhy, Estância, Boquim, Pedrinhas e Arauá e parcialmente nove municípios: Indiaroba, Itabaianinha, Itaporanga D’Ajuda, Lagarto, Poço Verde, Riachão do Dantas, Simão Dias, Tobias Barreto e Umbaúba, localizados em sua maioria na região sul do estado e com uma população de 432.000 habitantes aproximadamente.
A sua bacia hidrográfica está localizada na parte sul do estado, sendo delimitada, aproximadamente, pelas coordenadas geográficas 10°45’ e 11°30’ de latitude sul e 37°15’ e 38°00’ de longitude oeste. Limita-se ao norte com a bacia do rio Vaza Barris; a oeste com o estado da Bahia e com a bacia do rio Real; ao sul com a bacia do rio Real; e, a leste, com o Oceano Atlântico, onde tem a sua desembocadura em terras do município de Estância, no complexo hídrico denominado Barra da Estância.
O rio Piauí constitui-se como um dos mais importantes componentes da rede hidrográfica do estado de Sergipe. O sistema hidrográfico é bastante desenvolvido, sendo constituído pelo curso d’água principal do rio Piauí, e por diversos afluentes de grande porte, destacando-se, pela margem direita, os rios Arauá e Pagão, e, pela margem esquerda, os rios Jacaré, Piauitinga e Fundo.
Os diversos usos das águas na Bacia Hidrográfica como: irrigação, mineração, indústrias, consumo humano e animal, pescam, turismo e lazer estão associados às atividades econômicas, ligados aos setores privado e público, bem como, os principais sistemas hídricos, naturais e construídos, que possibilitam o desenvolvimento da região.
Os problemas ambientais que têm relação direta com os recursos hídricos presentes na bacia hidrográfica do rio Piauí são inerentes a quase todos os municípios brasileiro como: lixeira, esgoto a céu aberto, assoreamento de rios e riachos, pesca predatória, uso indiscriminado de agrotóxicos, extração inadequada de minerais, desmatamento. Esse registro identifica o tipo de relação que a sociedade estabelece com o meio ambiente. Excetuando-se os problemas relacionados com os resíduos industriais presentes nos municípios de Estância, Itaporanga D’Ajuda, Lagarto, Salgado e Simão Dias, os demais estão presentes em todos os municípios.
Bacia Hidrográfica do Rio Real
O rio Real nasce no Estado da Bahia mas percorre até sua foz oito municípios do Estado de Sergipe: Poço Verde, Tobias Barreto, Riachão do Dantas,Cristinapólis. Itabaianinha, Tomar do Geru, Umbaúba, Indiaroba, tendo uma área de 2.568 km2 que corresponde 11,6% do Estado, sua vazão média é de 20,46 m3/seg.
O abastecimento urbano e grande rural tem 8.8 mil m3/dia de água desenvolvidos dentro da bacia, principalmente pelo projeto de elevação do dique da Barragem do Jabeberí. Desta fonte hídrica, 8.5 mil m3/dia (96%) de água são fornecidos à própria bacia e 0.4 mil m3/dia (4%) a outras bacias. A água consumida dentro da bacia é 42% proveniente da própria bacia e 58% de outras bacias hidrográficas.
Cultura Sergipana
A origem da cultura de Sergipe está vinculada ao processo de formação do território, que foi implantado desde a colonização do Brasil feita por Portugal, e também conseqüentemente a colonização de Sergipe.
Para nós compreendermos todo esse processo de construção da cultura, é importante conhecermos um pouco sobre a formação do nosso território.
A colonização e o processo de formação do território Sergipano
Quando os Portugueses chegaram ao Brasil (XVI) encontraram povos indígenas principalmente na costa litorânea. O que não foi diferente aqui nestas terras que quando começou a ser colonizada recebeu o nome de Sergipe Del Rey ( capitania hereditária)
Porém antes de sua ocupação e povoamento de Sergipe e do Brasil, a Coroa Portuguesa para se apossar das terras dividiu a costa em 15 lotes e os cedeu (a donatários), a pessoas que iriam administrar e se responsabilizar pelo povoamento dessas terras.
As terras de Sergipe estava dentro do lote da Bahia mas pertencia a Coroa Portuguesa, delimitada entre os rios Real e rio São Francisco, e como nem a Bahia e nem Portugal estava administrando, os índios ainda viviam livres até a Coroa Portuguesa começar a se interessar pelas terras
Interesse pela ocupação de Sergipe
Interesse pela ocupação de Sergipe
Essas terras era uma importante rota de ligação entre Pernambuco ( um lote de capitania que prosperou) e Bahia onde estava instalada a capital do Brasil que na época era Salvador, e também por possuir terras que podiam ser utilizadas para pastos dos gados que serviam para moer as canas dos engenhos na Bahia ( começando a se instalar as fazendas) e para escravizar os índios livres que ali viviam.
Então o governo Português com segundas intenções autorizou os padres jesuítas para ensinar sua doutrina cristã erguendo escolas e igrejas para facilitar a sua ocupação e o domínio das terras que somente pertenciam aos índios, a partir daí começou a influência da igreja católica no território Sergipano.
Na guerra de conquista das terras, a capitania de Sergipe Del Rey (como foi chamado inicialmente) foi criada ( por Cristóvão de Barros que liderou essa guerra) ele distribuiu lotes para quem quisesse morar e criou a cidade de São Cristóvão para ser a sede ou capital de Sergipe (criada em 1590) foi uma das primeiras cidades do Brasil e hoje é um patrimônio histórico mundial.
Misturas de raças no povoamento do litoral
O povoamento das terras se deu inicialmente no litoral, e posteriormente adentrando o interior da capitania de Sergipe. Essa ocupação era feita pelos índios que ali estavam escravizados, por Portugueses que vinham instalar fazendas de gados ( pois o gado era trazido para auxiliar nos engenhos da capitania vizinha, a da Bahia) e pelos escravos negros trazidos pelos Portugueses contribuindo para unir várias culturas originando assim a cultura própria de Sergipe.
Economias que contribuíram para formação e descobrimento do estado de Sergipe
A pecuária, a cana-de-açúcar, o algodão, contribuíram para a formação e desenvolvimento de Sergipe. A pecuária foi a primeira atividade econômica que contribuiu para a alimentação, bem como na força motriz dos engenhos para fabricar o açúcar, esta inserção do gado se deu pelos Portugueses. Como a produção, e comercialização do açúcar traziam lucros, novos proprietários de engenhos se instalavam aqui e também atraíram povoadores. O algodão também impulsionou a economia produzindo para exportar para a Europa e também abastecer as indústrias têxtil na confecção dos tecidos
Os cultivos de subsistência
Os cultivos como mandioca, milho, feijão, arroz, abasteciam os moradores locais e também os das capitanias vizinhas como a Bahia , esses produtos formaram a base da culinária sergipana
Emancipação e mudança de capital
Apesar das terras terem sidos ocupadas e pertencerem a coroa Portuguesa,a capitania de Sergipe era subordinada a Bahia por causa da inicial divisão das capitanias, onde as terras de Sergipe estavam dentro da capitania da Bahia.
Porem como a capitania de Sergipe conseguiu autonomia em não depender mais da Bahia, em decorrência do seu desenvolvimento econômico, ( açúcar, pecuária, algodão, industria) e do povoamento e miscigenação ( dos brancos, negros e índios) o imperador do Brasil Dão Pedro I , reconheceu e efetivou sua emancipação.
Com relação a mudança da capital, de São Cristóvão para Aracaju, a primeira cidade não possuía porto para escoar a grande produção do açúcar, esse foi um dos motivos, e também para não depender dos portos da Bahia, a capital deixou de ser São Cristóvão para ser Aracaju que foi projetada para tal.
Das vilas a criação das cidades
São Cristóvão já foi uma povoação criada como cidade, porque foi fundada pela administração portuguesa (1590) com intuito de vigiar e defender as terras conquistadas.
Além de São Cristóvão existiam 7 vilas que depois se tornaram municípios (primeiras vilas: Santa luzia do Itanhy,Santo amaro das Brotas,Vila nova do rio São Francisco, atual Santana do são Francisco , Lagarto, Itabaiana,Tomar do Gerú e Propiá.
Influência da Igreja Católica: em Sergipe como também no Brasil o fato de ter uma igreja em um determinado lugar, proporcionava o surgimento de aglomeração (núcleos de populações) formando-se a partir dali praças e ruas.
Doações de Territórios,as vilas também se originavam das doações de terras feitas pelos senhores de engenhos aos Santos que eles tinham devoção, por isso existem os municípios hoje com nomes de Santos.
Cidades,estas a partir dos desenvolvimento das vilas ascenderam ao status de cidades; atualmente em Sergipe existem 75 municípios (cidades).
De modo geral, no território sergipano, a herança portuguesa trazida pelos colonos constitui um lastro sobre o qual se assentam as influências dos povos africanos e dos povos indígenas. A fusão dessas heranças diversas e a criação de modos de viver adaptados ao novo meio e aos projetos coletivos vão, ao longo do tempo, moldando os saberes, os afazeres, as expressões artísticas e as celebrações que permeiam a vida dos sergipanos.
Em muitas dessas manifestações é possível identificar contribuições específicas de negros e de índios. Mas convém lembrar que essas contribuições não permanecem como formas puras e cristalizadas. Inseridas na vida social, elas se mesclam com outras formas culturais e , mais que isso, são reinterpretadas, ganham novas formas e novos significados.
A cultura de Sergipe foi sendo criada a partir desse convívio entre as varias culturas; do índio, do europeu que veio conquistar essas terras e trabalhar com pecuária e agricultura, e dos negros escravizados trazidos inicialmente para trabalhar nos canaviais e engenhos.
BIBLIOGRAFIA
Comments
One response to “EXPLORANDO A MAQUETE”
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Bom dia, como essa maquete foi confeccionada?
9 de março de 2017 às 05:46Postar um comentário